sábado, 15 de novembro de 2008

A VERDADE SOBRE A CRISE DOS ESTADOS UNIDOS



As crises não são novidade no campo da economia. O que vivemos e uma crise produzida por falta de entendimentos, os conceitos humanitários ficarão a parte de todo processo de produção do capital, dando lugar a mais violenta ambição dos mercados financeiros, que por sua vez, perderão por completo a medida do ter. No caso dos Estados Unidos, o mercado estagnado de venda de casas, fez com que os corretores começassem a vender casas a milhões de indocumentados ( trabalhadores imigrantes) numa irresponsabilidade jamais vista, se a reforma imigratoria tivesse sido aprovada em 2006, o mundo estaria respirando melhor, mais a reforma não passou e os indocumentados não tinham mais como pagarem suas casas, pelo simples motivos de não poderem mais trabalhar, e quando trabalhavam, eram escravisados com salários abaixo da realidade Americana. Quero deixar claro, que não sou comunista, acredito na lei de mercado, mais com a regulamentação do mercado financeiro, e com a pratica socialista de divisão de renda e da riqueza.

CRISES E FINANÇAS
Durante muito tempo, Marx foi um dos raros autores que se preocupou com o fenômeno das crises econômicas, considerando-as inevitáveis e inerentes ao sistema capitalista. A maioria dos economistas insistia na capacidade harmonizadora do mercado, relegando as crises a um segundo plano, como algo apenas casual e externo. Outros - mais respeitados por Marx, como Ricardo ou o suíço Sismonde de Sismondi (1773-1842) - até reconheciam a importância delas, mas as concebiam como um limite com o qual o sistema econômico deveria saber lidar. Depois, até em todo o século 20, registra-se um movimento pendular entre fases de predomínio teórico do harmonicismo e fases em que crises violentas, como a de 1929 ou a dos anos 1970, forçaram a incorporação delas ao pensamento econômico aceito pela tradição acadêmica e de instituições oficiais.
Mesmo nesse caso, contudo, as crises se revestem de um caráter funcional, entendidas como mal necessário ou como crises de crescimento, ou ainda, na melhor das hipóteses, como indicadores da incapacidade do setor privado resolver seus problemas sem a intervenção do Estado.
Na teoria de Marx, por outro lado, elas revelam a emergência da dimensão negativa de um sistema marcado pela contradição. Ao contrário do pensamento econômico tradicional, aqui a crise está intimamente associada à crítica. Mas não a uma crítica subjetiva de alguém que analisa de fora e condena, e sim a uma crítica objetiva: desnudando a dimensão negativa no mau funcionamento do sistema, indica-se como o próprio sistema realiza uma espécie de autocrítica. Se o capital é valor que se valoriza, os momentos em que ele desvaloriza o valor existente de maneira inevitável, comprometendo assim a base de seu crescimento, são momentos em que ele mesmo se contradiz, negando as condições de sua existência.
Dito desse modo parece pouco problemático. Mas a teoria das crises de Marx permitiu leituras diversas e conflitantes até entre seus seguidores. Houve quem as atribuísse a meros desequilíbrios entre os setores da economia, ou a uma incapacidade crônica da produção criar mercados, devido às condições antagônicas da distribuição dos produtos no capitalismo; houve ainda os que as circunscreviam ao âmbito financeiro, como se o da produção já não fosse contraditório.
A controvérsia surgiu da forma complexa de apresentação das categorias na teoria de Marx. Há passagens que justificam uma ou outra das interpretações, e na seqüência a desacreditam. O problema pode ser equacionado, no entanto, levando-se em conta o todo da obra e, principalmente, o projeto de Marx desdobrar cada forma do sistema como resultado da negatividade das formas anteriores, indo do mais geral ao mais específico e intrincado.
Em primeiro lugar, então, é preciso retomar o aspecto geral. No final do capítulo 3 foi citado um texto que pode servir muito bem nesse sentido: “O capital é trabalho morto, que apenas se reanima, à maneira dos vampiros, sugando trabalho vivo e que vive tanto mais quanto mais trabalho vivo suga”. Vimos como essa passagem sintetiza bem a contradição constitutiva do capital em sua relação com a força de trabalho. Mas um aspecto central deve agora ser acrescentado. É que, ao comprar e incorporar a força de trabalho, o capital está também se apropriando da capacidade de medir o valor, que o trabalho abstrato possui numa sociedade de troca de mercadorias. O capital adquire com isso não só a propriedade de se valorizar como a de medir essa valorização; ele se valoriza e se mede.
Mas a sua relação com a mensuração é contraditória, como também sua relação com a valorização, porque ambas derivam da oposição entre capital e trabalho. Ao mesmo tempo que integra a força de trabalho, o capital também precisa negá-la, substituindo-a por máquinas; ou seja, ao mesmo tempo que adquire a capacidade de se medir, o capital reitera que essa capacidade pertence a um agente que ele mesmo põe como seu oposto. Perde então as suas medidas.
Em todos os níveis da apresentação das categorias de O Capital, aparece essa determinação contraditória da medida e da desmedida. É por ela que vão se definindo em cada nível os distintos conceitos de crise. Se algum deles for isolado dos demais, pode parecer que oferece a única definição possível, invalidando as outras - caminho seguido por grande parte das intérpretes de Marx. Mas, de fato, também o conceito de crise obedece à forma da apresentação que vai do mais geral ao mais complexo, também ele vai enriquecendo seu conteúdo junto com o conceito de capital.
Marx faz questão de indicar a possibilidade de crise já no nível da produção e circulação de mercadorias, refutando qualquer pretensão de que o mercado pudesse ser sempre harmônico. Aqui, a medida aparece na passagem fluida entre compras e vendas, quando há correspondência entre as quantidades do que se produz e do que se demanda; a desmedida, ao contrário, é quando não ocorre tal correspondência, interrompendo o movimento.
A forma desse movimento é descrita por Marx em termos que valem também para as fases seguintes da apresentação: “ o percurso de um processo através de duas fases opostas, sendo essencialmente, portanto, a unidade das duas fases, é igualmente a separação das mesmas e sua autonomização uma em face da outra. Como elas então pertencem uma à outra, a autonomização só pode aparecer violentamente, como processo destrutivo. É a crise, precisamente, na qual a unidade se efetua, a unidade dos diferentes”.
A compra e a venda de mercadorias, em primeiro lugar, são as “fases opostas” do processo em que se vende para comprar. Como se realizam pela mediação do dinheiro, elas assim se “separam e autonomizam uma em face da outra”, podendo não coincidir. Mas a crise não assinala simplesmente o momento negativo, da não coincidência, e sim a impossibilidade de que essa situação permaneça por muito tempo.
Como as fases de compra e venda se diferenciaram por força de um processo único, que dialeticamente tem de se realizar mediante sua diferenciação em duas fases, chega um momento em que essa autonomia não pode prosseguir. A unidade do processo se afirma, mas como reação violenta à autonomização das fases. No mercado como um todo, a discrepância possível entre compras e vendas precisa ser corrigida e, quando isso acontece, verifica-se a incompatibilidade entre os valores daquilo que se comprou e agora tem de pagar com o dinheiro de uma venda que pode não ocorrer. Segue-se um ajuste violento de contas, e valores simplesmente desaparecem.
Essa forma geral da crise se reapresenta quando a finalidade é definida pelo capital como a de “comprar para vender”. A discrepância ocorre no mercado de trabalho, ou nas compras e vendas recíprocas dos vários setores em que se divide a produção entre os capitalistas, ainda mais considerando que tudo isso se realiza pela concorrência. A discrepância de valores significa então que alguns terão prejuízo, talvez grande, vindo a falir. Parte do capital existente se desvaloriza, negando o próprio conceito de valor que se valoriza.

Mas as crises não são novidade no campo da economia. O pensador Karl Marx (1818-83) formulou algumas idéias sobre crises, medidas de valorização do capital e até sobre o comércio exterior e o mercado de ações, que podem ser encontradas em obras como “O Capital” e “Teorias da Mais-Valia”.


ENTENDA: a crise de 1929, e a Grande Depressão

A crise de 1929=A Grande Depressão, também chamada por vezes de Crise de 1929, foi uma grande recessão econômica que teve início em 1929, e que persistiu ao longo da década de 1930, terminando apenas com a Segunda Guerra Mundial. A Grande Depressão é considerada a pior e o mais longo período de recessão econômica do século XX. Este período de recessão econômica causou altas taxas de desemprego, quedas drásticas do produto interno bruto de diversos países, bem como quedas drásticas na produção industrial, preços de ações, e em praticamente todo medidor de atividade econômica, em diversos países no mundo.
O dia 29 de outubro de 1929 é considerado popularmente o início da Grande Depressão. Porém, as taxas na queda da produção industrial americana já haviam começado a cair a partir de julho do mesmo ano, causando um período de leve recessão econômica que estendeu-se até 29 de outubro, quando valores de ações na bolsa de valores de Nova Iorque, a New York Stock Exchange, caíram drasticamente, desencadeando a Quinta-Feira Negra. Assim, milhares de acionistas perderam, literalmente, da noite para o dia, grandes somas em dinheiro. Muitos perderam tudo o que tinham. Esta quebra na bolsa de valores de Nova Iorque piorou drasticamente os efeitos da recessão já existente, causando grande deflação e queda nas taxas de venda de produtos, que por sua vez obrigaram o fechamento de inúmeras empresas comerciais e industriais, elevando assim drasticamente as taxas de desemprego.
Os efeitos da Grande Depressão foram sentidos no mundo inteiro. Estes efeitos, bem como sua intensidade, variaram de país a país. Outros países, além dos Estados Unidos, que foram duramente atingidos pela Grande Depressão foram a Alemanha, Austrália, França, Itália, o Reino Unido e especialmente o Canadá. Porém, em certos países pouco industrializados à época, como a Argentina e o Brasil, a Grande Depressão acelerou o processo de industrialização.
Os efeitos negativos da Grande Depressão atingiram seu ápice nos Estados Unidos em 1933. Neste ano, o Presidente americano Franklin Delano Roosevelt aprovou uma série de medidas conhecidas como New Deal. O New Deal, juntamente com programas de ajuda social realizados por todos os estados americanos, ajudaram a minimizar os efeitos da Depressão a partir de 1933. A maioria dos países atingidos pela Grande Depressão passaram a recuperar-se economicamente a partir de então. Em alguns países, a Grande Depressão foi um dos fatores primários que levaram à ascensão de regimes de extrema-direita, como os nazistas comandados por Adolf Hitler na Alemanha. O início da Segunda Guerra Mundial terminou com qualquer efeito remanescente da Grande Depressão nos principais países atingidos.Causas da Grande Depressão=Economistas, historiadores e cientistas políticos têm criado diversas teorias para a causa, ou causas, da Grande Depressão, com supreendente pouco consenso. A Grande Depressão permanece como um dos eventos mais estudados da história da economia mundial. Teorias primárias incluem a quebra da bolsa de valores de 1929, a decisão de Winston Churchill em fazer com que o Reino Unido passasse a usar novamente o padrão-ouro em 1925, que causou massiva deflação ao longo do Império Britânico, o colapso do comércio internacional, a aprovação do Ato da Tarifa Smoot-Hawley, que aumentou os impostos de cerca de 20 mil produtos no país, a política da Reserva Federal dos Estados Unidos da América, e outras influências.
Segundo teorias baseadas na economia capitalista concentram-se no relacionamento entre produção, consumo e crédito, estudado pela macro-economia, e em incentivos e decisões pessoais, estudado pela micro-economia. Estas teorias são feitas para ordenar a sequência dos eventos que causaram eventualmente a implosão do sistema monetário do mundo industrializado e suas relações de comércio. Já teorias baseadas na economia marxistas concentram-se no relacionamento do controle da produção e da concentração de renda. Para os marxistas, a Grande Depressão é o tipo de crise a que o capitalismo é vulnerável, e ocorrências deste tipo não são surpreendentes.
Outras teorias heterodoxas sobre a Grande Depressão foram criadas, e gradualmente estas teorias passaram a ganhar credibilidade. Estas teorias incluem a teoria da atividade de longo ciclo e que a Grande Depressão foi um período na intersecção da crista de diversos longos e concorrentes ciclos.
Mais recentemente, a teoria mais prevalescente entre economistas é que a Grande Depressão não foi causada primariamente pela quebra das bolsas de valores de 1929, alegando que diversos sinais na economia americana, nos meses e mesmo anos que precederam à Grande Depressão, já indicavam que esta Depressão já estava a caminho nos Estados Unidos e na Europa. Atualmente, a teoria mais aceita entre os economistas é de Peter Temin. Segundo Temin, a Grande Depressão foi causada por política monetária catastroficamente mal-planejada pela Reserva Monetária dos Estados Unidos da América nos anos que precederam a Grande Depressão. A política de reduzir as reservas monetárias foi uma tentativa de reduzir uma suposta inflação, que de fato somente agravou o principal problema na economia americana à época, a deflação.Quebra na Bolsa de Valores de Nova Iorque=Em 24 de outubro de 1929, os preços das ações na Bolsa de Valores de Nova Iorque caíram subitamente. Estes preços estabilizaram-se ao longo do final de semana, para caírem drasticamente novamente na segunda feira, 28 de outubro. Muitos acionistas passaram a entrar em pânico. Cerca de 16,4 milhões de ações subitamente entraram à venda na terça feira, 29 de outubro, dia atualmente conhecido como Quinta-Feira Negra. O excesso de ações à venda e a falta de compradores fizeram com que os preços destas ações caísse em cerca de 80%. Com isto, milhares de pessoas perderam grandes somas em dinheiro. Os preços destas ações continuaria a flutuar, caindo gradativamente nos próximos três anos. As milhares de pessoas que tinham todas as suas riquezas na forma de ações eventualmente perderiam tudo o que tinham.
A súbita quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque causou grande incerteza entre a população americana, quanto ao futuro do país. Muitos decidiram cortar gastos supérfluos. Outras pessoas, aquelas que haviam comprado produtos através de empréstimo e prestações, reduziram ainda mais seus gastos, e assim poder economizar dinheiro para efetuar seus pagamentos. A súbita queda nas vendas do setor comercial americano estendeu a recessão ao setor industrial e comercial dos Estados Unidos.
As altas taxas de juros dos Estados Unidos foram um dos fatores que estenderem a Grande Depressão à Europa. Os países europeus - especialmente aqueles que utilizavam-se do padrão-ouro, para manter um câmbio fixo com os Estados Unidos, foram obrigados a aumentarem drasticamente suas próprias taxas de juros, o que levou à redução de gastos por parte dos comerciantes e habitantes destes países, que levou à quedas na produção industrial destes países.
A economia dos Estados Unidos da América entrou em uma fase de grande recessão econômica que perduraria até 1933. Até este ano, a economia dos Estados Unidos somente colapsaria. Durante este período, milhares de estabelecimentos bancários, financeiros, comerciais e industriais foram fechados. Outros foram obrigados a demitirem parte de seus trabalhadores e/ou a reduzir salários em geral.A Grande Depressão nos Estados Unidos da América=Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque de 1929, bancos e investidores perderam grandes somas em dinheiro. A situação dos bancos era agravada pelo fato que muitos destes bancos haviam emprestado grandes somas de dinheiro a fazendeiros. Após o início da Grande Depressão, porém, estes fazendeiros tornaram-se incapazes de pagar suas dívidas. Isto, por sua vez, causou a queda dos lucros destas instituições financeiras. Pessoas que utilizavam-se de bancos, temendo uma possível falência destas, removeram seus fundos destes bancos. Assim, várias instituições bancárias foram fechadas. O total de instituições bancárias fechadas durante a década de 1920 e de 1930 foi de 14 mil.
Em 17 de maio de 1930, o governo dos Estados Unidos aprovou uma lei, o Ato Tarifário Smoot-Hawley, que aumentava as tarifas alfandegárias em cerca de 20 mil itens não-perecíveis estrangeiros. O Presidente americano Herbert Hoover pedira ao Congresso uma diminuição nos impostos, mas o Congresso, ao invés disto, votou a favor do aumento dos impostos. Um abaixo-assinado, assinado por mil economistas, pediu ao presidente americano rejeitar este aumento. Apesar disto, Hoover assinou o Ato em 17 de maio. O Congresso e o Presidente acreditavam que isto iria reduzir a competição de produtos estrangeiros no país. Porém, outros países reagiram através da aprovação de leis e atos semelhantes, assim causando uma queda súbita nas exportações americanas. As taxas de desemprego subiram de 9% em 1930 para 16% em 1931, e 25% em 1933. Durante a década de 1930, a taxa de desemprego nos Estados Unidos não retornaria mais às taxas de 9% de 1930, se mantendo em perto da casa dos 20%.
Com o crescente fechamento de instituições bancárias, menos fundos estavam disponíveis no mercado americano, fazendo com que a queda na produção industrial americana continuasse a cair. Em 1929, o valor total dos produtos industrializados fabricados nos Estados Unidos foi de 104 bilhões de dólares. Em 1933, este valor havia caído para 56 bilhões, uma queda de aproximadamente 45%. A produção de aço caiu em cerca de 61%, entre 1929 e 1933, e a produção de automoveís caiu em cerca de 70% no mesmo periodo.
1933 foi o ápice da Grande Depressão nos Estados Unidos da América. As taxas de desemprego eram de 25% (ou um quarto de toda a força de trabalho americana). Cerca de 30% dos trabalhadores que continuaram nos seus empregos foram obrigados a aceitarem reduções em seus salários, embora grande parte dos trabalhadores empregados tenham tido um aumento nos seus salários por hora. Outro problema enfrentado foi a grande deflação - queda do preço dos produtos e custo de vida em geral. Entre 1929 e 1933, os preços dos produtos industrializados não-pericíveis em geral nos Estados Unidos caíram em cerca de 25%. Já o preço de produtos agropecuários caiu em cerca de 50%, por causa do excedente da produção destes produtos - primariamente trigo. A quantidade destes produtos à venda excedia facilmente a demanda, o que causou uma queda dos preços destes dados produtos. Os baixos preços levaram ao endividamento de muitos destes fazendeiros.Combate à Grande Depressão e o fim da recessão nos EUA=O Presidente americano Herbert Hoover acreditava que o comércio, se não supervisionado pelo governo, iria eventualmente minimizar os efeitos da recessão econômica. Eventualmente, Hoover acreditava, a economia dos Estados Unidos iria recuperar-se, sem que a interveção do governo americano na economia do país fosse necessária. Hoover rejeitou diversas leis aprovadas pelo Congresso, alegando que davam ao governo americano poderes demais.
Hoover também acreditava que os governos dos estados americanos deveriam ajudar os necessitados. Muitos destes estados, porém, não tinham fundos suficientes para tal. Assim sendo, Hoover propôs a criação de um órgão governamental, o Reconstruction Finance Corportation (Coorperação de Reconstrução Financeira), ou RFC, em 1932. Este órgão seria responsável por fornecer alguma ajuda financeira a empresas e instituições comerciais e industriais chave, como bancos, ferrovias e grandes empresas, acreditando que a falência destas instituições agravaria o efeito da Grande Depressão. No final de 1932, as eleições presidenciais americanas foram realizadas. Os dois principais candidatos foram Hoover e Franklin Delano Roosevelt. Muito da população americana acreditava que Hoover fora o principal causador da recessão, e/ou que pouco fizera para solucionar esta recessão. Roosevelt saiu-se vencedor da eleição, tornando-se Presidente dos Estados Unidos em 4 de março de 1933.
Roosevelt, ao contrário de Hoover, acreditava que o governo americano era a principal responsável para lutar contra os efeitos da Grande Depressão. Em uma sessão legislativa especial, sessão conhecida como Hundred Days (”Cem Dias”), Roosevelt, juntamente com o congresso americano, criaram e aprovaram uma série de leis que, por insistência do próprio Roosevelt, foram nomeadas de New Deal (”Novo Acordo”). Estas leis forneceriam ajuda social às famílias e pessoas que necessitassem, forneceriam empregos através de parcerias entre o governo, empresas e os consumidores, e reformou o sistema econômico e governamental americano, de modo a evitar que uma recessão deste gênero ocorresse futuramente.Diversas agências governamentais foram criadas para administrar os programas de ajuda social. A mais importante delas foi a Federal Agency Relief Administration, criada em 1933, que seria responsável pelo fornecimento de fundos aos governos estatais, para que estes empregassem estes fundos em programas de ajuda social. Outros órgãos governamentais similares foram criados com o intuiro de fundear, administrar e/ou empregar trabalhadores na área de construção de aeroportos, escolas, hospitais, pontes e represas. Estes projetos federais forneceram milhões de empregos aos necessitados, embora as taxas de desemprego continuassem altas durante toda a década de 1930.
Outros órgãos foram criados com o intuito de admistrar programas de recuperação, como a Agricultural Adjustment Administration, criada em 1933 com o intuito de regular a produção de produtos agropecuários em uma dada fazenda. Outro órgão similar, o National Recovery Administration, criada em 1933, passou a enforçar leis anti-monopólio, estabeleceu salários mínimos e limites na carga horária de trabalho. Esta última agência, porém, foi fechada a mando do Congresso, em 1935, por pouco estimular o comércio americano.
Por fim, outros órgãos federais foram criados com o intuito de supervisionar reformas trabalhistas e financeiras. O Federal Deposit Insurance Corporation foi criado em 1933 com o intuito de promover transações e o comércio bancário. O Securities and Exchange Commission, criado em 1934, regulava o comércio de bolsa de valores e evitar com que acionistas comprassem ações que o órgão considerassem “perigosas”. O National Labor Relations Board foi criado em 1935, com o intuito de regular sindicatos, e de proteger os trabalhadores e seus direitos. Ainda em 1935, um ato do governo americano, o Ato da Segurança Civil passou a fornecer pensões mensais para aposentados, bem como ajuda financeira regular por um certo período de tempo, para pessoas desempregadas.
O New Deal ajudou a minimizar os efeitos da Grande Depressão nos Estados Unidos da América. A economia americana gradualmente, mas lentamente, passou a recuperar-se, desde 1933. O governo americano também diminiu as tarifas alfandegárias em certos produtos estrangeiros, assim estimulando o comércio doméstico. Ao longo da década de 1930, os Estados Unidos gradualmente abandonaram o uso do padrão-ouro, decidindo ao invés disso, fortalecer a moeda nacional, o dólar, o que também ajudou na recuperação da economia americana. A produção de comodidades tais como automóveis voltaria aos patamares de 1929, porém, somente após o fim da guerra, como a produção de automóveis, por exemplo 1949 - a maior parte da matéria-prima à época possuía prioridade pela indústria bélica nacional.
Porém, apesar dos programas governamentais criados com o intuito de reduzir o desemprego, cerca de 15% da força de trabalho americana continuava desempregado em 1940. Foi necessário a entrada do país na Segunda Guerra Mundial para que as taxas de desemprego caíssem aos níveis de 1930, de 9%. A entrada do país na guerra acabou com os efeitos negativos da Grande Depressão, e a produção industrial americana cresceu drasticamente, e as taxas de desemprego caíram. No final da guerra, apenas 1% da força de trabalho americana estava desempregado. Perto do final da guerra, os Estados Unidos e todos os outros 44 países Aliados assinaram o que é conhecido como os Acordos de Bretton Woods, com o intuito de evitar futuramente uma nova crise monetária e econômica da escala da Grande Depressão.A Grande Depressão em outros países=A Grande Depressão causou grande recessão econômica em diversos outros países que não os Estados Unidos da América. Em muito destes países, a recessão provocada pela Grande Depressão gerou efeitos similares na economia destes países, como o fechamento de milhares de estabelecimentos bancários, financeiros, comerciais e industriais, e a demissão de milhares de trabalhadores.
Os efeitos da Grande Depressão em vários países foram agravados pelo Ato Tarifário Smoot-Hawley, um ato americano introduzido em 1930, que aumentava impostos a cerca de 20 mil produtos não-pericíveis estrangeiros, que causou a aprovação de leis e atos semelhantes em outros países, reduzindo drasticamente exportações e o comércio internacional.
Em vários dos países afetados, partidos políticos extremistas, de caráter nacionalista, apareceram. Outros partidos políticos, de cunho comunista, também foram criados. No Reino Unido, por exemplo, tanto o Partido Comunista quanto o Partido Facista britânico receberam considerável suporte popular. O mesmo ocorreu com o Partido Comunista canadense.
Outros partidos políticos menos extremistas também surgiram. A grande maioria, se não todos, prometiam retirar o país (ou uma dada província/estado) da recessão. O Partido do Crédito Social do Canadá, de cunho conservador ganhou grande suporte popular em Alberta, província canadense severamente afetada pela Grande Depressão. Em alguns destes países, partidos extremistas foram proibidos, como no Canadá. Outros partidos políticos extremistas, porém, conseguiram chegar ao poder, notavelmente os nazistas na Alemanha e os facistas na Itália.Canadá=Entre a década de 1900 e a década de 1920, o Canadá possuía a economia em mais rápido crescimento do mundo, tendo passado por apenas um período de recessão após a Primeira Guerra Mundial. Ao contrário dos Estados Unidos da América, onde o crescimento exuberante da economia americana era em grande parte apenas ilusório, a economia do Canadá prosperou verdadeiramente durante a década de 1920. Enquanto a indústria imobiliária dos Estados Unidos havia estagnado em volta de 1925, esta indústria continuou forte no Canadá até maio de 1929. O mesmo podia se dizer da indústria agropecuária, que ao longo da década de 1920 esteve em pleno crescimento no Canadá, enquanto nos Estados Unidos este setor entrara em recessão econômica.
O principal produto de exportação do Canadá, à época, era o trigo. Este produto era então um dos pilares da economia do país. Em 1922, o Canadá era o maior exportador de trigo do mundo, e Montréal era o maior centro portuário exportador de trigo do mundo. Entre 1922 e 1929, o Canadá foi responsável por 40% de todo o trigo comercializado no mundo. As exportações de trigo ajudaram a fazer do Canadá um dos líderes mundiais do comércio internacional, com mais de um terço de seu produto interno bruto tendo origem no comércio internacional.
O sucesso do trigo canadense era baseada, porém, em problemas que afligiam outros países no mundo. A Primeira Guerra Mundial devastou a produção agropecuária dos países europeus. Mais importante foi, porém, a Revolução Russa de 1917, que manteve o trigo russo fora do mercado mundial. Em torno de 1925, a gradual recuperação da economia e da agropecuária da Europa Ocidental, bem como uma nova política econômica na Rússia, fez com que a produção mundial de trigo aumentasse no mundo, assim diminuindo os preços do produto. Esperando por um rápido retorno aos altos preços, os fazendeiros e comerciantes canadenses estocaram muito de seu trigo, ao invés de reduzirem sua produção. A introdução de maquinário, especialmente o trator, levou ao crescimento da produção de trigo tanto no Canadá quanto nos Estados Unidos. Todos estes fatores em conjunto desencadearam um colapso dos preços do trigo em junho de 1929, destruído a economia de Alberta, Saskatchewan e Manitoba, e afetando severamente a economia de Ontário e Quebec.
A parte dos Estados Unidos da América, o Canadá foi o país mais duramente atingido pela Grande Depressão. O Canadá, ainda oficialmente parte do Império Britânico, usava ativamente o padrão-ouro. Isto, aliado com os estreitos laços econômicos existentes entre o Canadá e os Estados Unidos (muito dos produtos fabricados no Canadá eram exportados para os Estados Unidos, por exemplo), fez com que o colapso da economia americana após a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque rapidamente afetasse o Canadá. O colapso econômico canadense é considerado o segundo mais acentuado da Grande Depressão, atrás somente do colapso da economia do próprio Estados Unidos da América.
A economia do Canadá também dependia da exportação de certos produtos industrializados tais como automóveis. Com a Grande Depressão, as exportações canadenses aos Estados Unidos caíram drasticamente. O colapso dos preços do trigo fizeram com que muitos fazendeiros canadense endividassem-se pesadamente. Os fazendeiros no Alberta e no Saskatchewan sofreram, além disso, com grandes períodos de seca e de constante ataque de pragas tais como enxames de gafanhotos. A queda na produção industrial canadense, por sua vez, significou a demissão de grandes quantidades de trabalhadores.
A economia do Canadá tinha algumas vantagens sobre outros países, especialmente seu sistema bancário extremamente estável. Antes e ao longo da Grande Depressão, apenas um único estabelecimento bancário canadense faliu, em comparação aos nove mil que faliram somente ao longo da Grande Depressão. A economia do Canadá foi atingida duramente pela Grande Depressão primariamente por causa de sua dependência em relação ao trigo e produtos industrializados, mas também por causa da dependência da economia do canadense em relação às exportações de produtos canadenses para os Estados Unidos. A primeira reação de vários países, incluindo os Estados Unidos, quando a Grande Depressão teve início, foi de aumentar impostos. Isto causou mais danos à economia do Canadá do que para outros países no mundo.
Richard Bedford Bennett, que atuou como Primeiro-ministro do Canadá entre 1930 e 1935, tentou minimizar os efeitos da Grande Depressão no país, inclusive, através da introdução de uma New Deal semelhante aos dos Estados Unidos, implementado em 1934. Porém, a economia do país continuou somente passou a recuperar-se muito lentamente a partir de 1934.
Em 1933, 30% da força de trabalho canadense estava desempregado, deflação ocorreu, reduzindo salários e preços de produtos e reduziu investimentos. Em 1932, a produção industrial canadense havia caído para 58%, em relação à produção industrial em 1929. Enquanto isto, o PIB canadense havia caído em cerca de 42%, em relação ao PIB do país em 1929. Apesar de ter passado por um período de curto e pequeno crescimento econômico entre 1934 e 1937 - que de longe fora suficiente para atenuar os efeitos causados pela Depressão - a economia do Canadá entrou novamente em uma grande recessão em 1937. Foi somente com a entrada do país na Segunda Guerra Mundial, em 1939, que os efeitos da Grande Depressão teriam fim no país.

O Reino Unido saiu-se vencedor na Primeira Guerra Mundial. Porém, a guerra e a destruição causada pela última destruíram a economia britânica. Desde 1921, a economia do Reino Unido lentamente recuperou-se da guerra, e da recessão causada por esta. Mas em abril de 1925, o chancellor britânico Winston Churchill, respondendo a um conselho do Banco da Inglaterra, fixou o valor da moeda nacional ao padrão-ouro, à taxa pré-guerra, de 4,86 dólares. Isto fez o valor da moeda britânica convertível ao seu valor em ouro, mas causou também o encarecimento dos produtos exportados pelo Reino Unido a outros países. A recuperação econômica do Reino Unido caiu drasticamente, o que causou redução de salários no país inteiro, debilitando a economia nacional.
Quando a Grande Depressão teve início nos Estados Unidos, em 1929, diversos países no mundo inteiro criaram ou aumentaram tarifas alfandegárias, o que causou uma grande diminuição nas exportações de produtos britânicos. A taxa de desemprego saltou de 8% para 20% no final de 1930. O Reino Unido cortou gastos públicos - que incluíram fundos dados para programas de ajuda social aos desempregados. Em 1931, mais cortes em salários e programas de ajuda social foram realizadas, e o imposto de renda nacional, foi aumentado. Estas medidas somente pioraram a situação socio-econômica do país, e em 1932, ápice da Grande Depressão no Reino Unido, as taxas de desemprego eram de 25%. Foi somente com o abandono do padrão-ouro e a instalação de tarifas alfandegárias para produtos importados de qualquer país que não fossem parte do Império Britânico, que a economia britânica passou a gradualmente recuperar-se.

Ver artigos principais: República de Weimar, Nazismo.
A Alemanha foi derrotada pela Tríplice Entente na Primeira Guerra Mundial. A Entente cobrou pesadas indenizações de guerra por parte dos alemães - que em dólares americanos atuais seriam da ordem dos trilhões de dólares - entre outras pesadas punições impostas pelo Tratado de Versalhes. Começa então o perído da história alemã chamado por historiadores como República de Weimar. Os anos da década de 1920 foram caracterizadas por massiva inflação em 1923 e o grande aumento da dívida externa do país entre 1925 e 1930.
Quando a Grande Depressão teve início em 1929, o governo alemão acreditou que cortes em gastos públicos iriam estimular o crescimento econômico do país, assim cortando drasticamente gastos estatais, incluindo no setor social. O governo alemão esperava e acreditava que a recessão, inicialmente, iria deteriorar a Alemanha socio-economicamente, esperando com o tempo, porém, a melhoria da estrutura socio-econômica do país, sem intervenção do governo. A República de Weimar cortou completamente todos os fundos públicos ao programa de ajuda social para desempregados - o que resultou em maiores contribuições pelos trabalhadores e menores benefícios aos desempregados - entre outros cortes no setor social. Quando a recessão chegou ao seu auge em 1932, a República de Weimar perdera toda sua credibilidade junto à população alemã, fator que facilitou a ascenção do nazista Adolf Hitler no governo do país, em 1933, marcando o fim da República de Weimar e o início de um breve e ilusório período de crescimento da economia alemã, conhecido como III Reich.

Na França, a Grande Depressão atingiu o país um pouco mais tardiamente do que outros países, em torno de 1931. Como o Reino Unido, a França estava ainda recuperando-se da Primeira Guerra Mundial, tentando sem muito sucesso recuperar os pagamentos que possuía direito da Alemanha. Isto levou à ocupação do Ruhr por forças francesas no início da década de 1920. A ocupação francesa do Ruhr não fez com que a Alemanha retomasse os seus pagamentos, levando à implementação do Plano Dawes em 1924, e do Plano Young em 1929. Porém, a Grande Depressão teve drásticos efeitos na economia local, e explica em parte os motins de 6 de fevereiro de 1934 e a formação da Frente Popular, liderada pelo socialista Léon Blum, que venceu as eleições de 1936.
Por causa da Grande Depressão, o comércio internacional de produtos caiu drasticamente. A Austrália, que dependia da exportação de trigo e algodão, foi um dos países mais severamente atingidos pela Depressão no Mundo Ocidental. A taxa de desemprego alcançou um recorde de 29% em 1932, uma das mais altas do mundo até os dias atuais. As exportações de produtos agrários e minérios, tais como café, trigo e cobre, de países da América Latina, caiu de 1,2 bilhão de dólares em 1930 para 335 milhões de dólares em 1933, aumentando para 660 milhões de dólares em 1940. Os efeitos da crise fizeram com que em alguns destes países, muitos agricultores passassem a investir seu capital na manufatura, causando a industrialização destes países, em especial, a Argentina e o Brasil.
A Ásia também foi afetada negativamente com a Grande Depressão, por causa da dependência da economia de diversos países asiáticos em relação à exportação de produtos agrários à Europa e à América do Norte. O comércio internacional asiático caiu drasticamente, à medida em que os Estados Unidos e a Europa foram cercadas pela recessão. Instalações comerciais e industriais asiáticas responderam através de demissões e redução nos salários. O PIB do Japão, com uma base industrial em crescimento, sofreu uma queda de 8% entre 1929 e 1930. As taxas de desemprego e de pobreza cresceram drasticamente, afetando desproporcionalmente as classes inferiores. Esta foi uma das causas da ascenção do nacionalismo japonês. O Japão recuperou-se da crise em 1932.A vida durante a Grande Depressão=A maior parte da população dos países mais afetados pela Grande Depressão cortaram todo e qualquer tipo de gasto considerado supérfluo, agravando os efeitos da recessão na economia destes países.
Por causa da Grande Depressão, milhões de pessoas nas cidades perderam seus empregos, nos países mais atingidos pela recessão. Sem fonte de renda, estas pessoas não tinham mais como sustentar-se a si próprios e suas famílias. A maioria das residências destas famílias, por sua vez, eram alugadas ou, ainda estavam sendo pagas através de prestações. Como consequência, milhares de famílias eventualmente foram expulsas de suas residências, por não terem como pagar os aluguéis ou as prestações de sua casa. Além disso, o desemprego fez com que a subnutrição tornasse-se comum entre a população dos países mais atingidos. Milhares de pessoas morreram por causa da subnutrição.
Algumas pessoas e famílias sem fonte de renda mudaram-se para a residência de parentes, quando perdiam suas residências. A maioria destas famílias, porém, instalaram-se em favelas. Abrigos rústicos feitos com telas de metais, madeira e papelão tornaram-se comuns em áreas vadias das grandes cidades dos países mais atingidos. As condições de vida nestas favelas eram precárias.
A indústria agropecuária de diversos países - especialmente os Estados Unidos e o Canadá - foi duramente atingida pela Grande Depressão. Nos Estados Unidos, muitos fazendeiros endividaram-se pesadamente, e vários foram forçados a cederem suas terras para instituições bancárias. Na Califórnia, no centro-norte dos Estados Unidos e no centro-oeste do Canadá, grandes períodos de seca, invernos rigorosos e pestes agravaram a recessão econômica já existente nestas regiões. Muitos dos jovens das áreas rurais abandonaram suas fazendas e suas famílias, e buscaram a sorte nas cidades. Estas pessoas, juntamente com muitas das pessoas desempregadas nas cidades, viajavam de cidade a cidade, pegando carona em trens de carga, em busca de emprego. Esta foi uma cena muito comum nos Estados Unidos e no Canadá.
Os chefes de estado e outras pessoas importantes dos países atingidos passaram a ser frequentemente considerados diretamente culpados pelo início da Grande Depressão por muito da população atingida pela recessão. As favelas dos Estados Unidos foram apelidadas de Hoovervilles, em uma sátira da população americana ao presidente Herbert Hoover. No Canadá, muitos donos de automóveis apelidaram seus veículos de Bennett Buggies - Carroças Bennett - em uma sátira ao Primeiro-Ministro Richard Bennett. Isto porque estas pessoas não tinham como adquirir o combustível necessário para abastecer seus veículos, ou cortaram a compra de combustível por considerarem um gasto supérfluo. Estes veículos passaram a serem usados como carroças, puxados por cavalos ou outros equinos.
Nem todos as pessoas sofreram igualmente com a Grande Depressão. Paras pessoas que conseguiram manter seus empregos os países mais afetados pela recessão, ou que dispunham de uma poupança considerável, o padrão de vida não mudou muito. Apesar que muitos trabalhadores sofreram de cortes consideráveis em seus salários, a deflação fez com que os preços de produtos em geral caísse drasticamente. Ao longo da Grande Depressão, os preços da maioria dos produtos de consumo manteve-se muito baixo nos países mais afetados.
Por outro lado, muitos afro-americanos nos Estados Unidos não conseguiam emprego, especialmente no sul americano, por causa de discriminação racial. Empregos eram dados primariamente aos brancos. Por isto, em todo os Estados Unidos, a taxa de desemprego entre a população afro-americana foi muito maior do que o da população branca. Mulheres com famílias para sustentar também dificilmente encontravam empregos, uma vez que a prioridade era dada para trabalhadores do sexo masculino, e que a discriminação contra mulheres trabalhadoras aumentou.
Grupos étnicos minoritários - especialmente imigrantes - dos países mais atingidos passaram a serem discriminados por muito da população dos países mais afetados. Estes grupos étnicos eram discriminados porque, na visão de várias pessoas dos países afetados pela Grande Depressão, estes grupos étnicos competiam com a “população nativa” dos países atingidos por empregos. Isto, aliado à forte recessão econômica da década de 1930, fez com que as taxas de imigração caíssem sensivelmente no Canadá e nos Estados Unidos.

Após o fim da Grande Depressão, muitos dos países mais severamente atingidos passaram a fornecer maior assistência social e econômica aos necessitados. Por exemplo, o New Deal dava ao governo americano maior poder para fornecer esta ajuda para estes necessitados, bem como para aposentados.
A Grande Depressão gerou grandes mudanças na política econômica em vários dos países envolvidos. Anteriormente à Grande Depressão, por exemplo, o governo dos Estados Unidos da América pouco intervinha na economia do país. Executivos financeiros e grandes magnatas comerciantes eram vistos como líderes nacionais. A Grande Depressão, porém, mudou as atitudes de diversas pessoas em relação ao comércio. Muitos passaram a favorecer maior controle da economia do país por parte do governo. Outras grupos, mais extremistas, favoreciam a instalação de um regime comunista de governo.

sábado, 16 de agosto de 2008




CARTA AOS JOVENS


A juventude é o amanhã da vida.
Não é um capítulo separado
do restante da existência
nem é o prefacio de um livro.

É a premissa de tudo.
É a semente de onde brota tudo.
É o alicerce sobre o qual deve apoiar-se o grande edifício da vida.

São vocês mesmos, jovens, que estão preparando suas vidas para o amanhã.
Se a meia-noite vocês olharem o nascente, porque de lá virá a luz, vocês olharão por muito tempo, e poderão até pensar que é inútil.

Mas se continuarem insistindo e olharem uma segunda, uma
terceira vez, vocês irão enxergar um raio de luz na alvorada.
E todo o panorama circundante se iluminará.

Duas coisas foram necessárias: a perseverança em olhar e a existência da luz.

Para todas as grandes coisas exigem-se lutas penosas e um preço muito alto.
A única derrota da vida é a fuga diante das dificuldades.

Todo ser que morre lutando é um vencedor.



Pe. Tiago Alberione   





quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A luta continua sempre !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista ! Os proletários nada tem a perder a não ser suas algemas. Têm um mundo a ganhar. Proletários de todo o mundo: uni-vos”.
Karl Marx




Na década de 60, essa era a idéia de revolução na cabeça dos revolucionários (que não eram poucos). Era compreensível que esse pensamento incentivasse tanto os jovens da época, afinal de contas em Cuba tinha acabado de ocorrer uma revolução exatamente desta forma, com a derrubada do poder, o sonho era realizável. Outro fator de grande incentivo era o atrito com o exército, que reforçava a necessidade de luta armada na cabeça da galera. Hoje a situação é outra. Sem dúvida a democracia é bem mais interessante do que a ditadura. Atualmente já está claro que uma revolução armada não é viável em um país de dimensões continentais como o Brasil. E nem seria válida, no meu ponto de vista, afinal de contas, se existe uma lição que a humanidade já aprendeu é a de que ?violência só gera violência?. Isso não significa que as idéias de mudanças devam ser abandonadas, nem que devemos esperar a democracia ir se acertando aos poucos; afinal de contas, em um país com a educação do Brasil, podem se passar anos de eleições que muitos cargos políticos serão sempre ocupados por sujeitos pró-capitalismo. Sendo assim, o que resta é começar a planejar uma nova consciência nas novas gerações. A princípio, acho fundamental uma educação política nas escolas desde o ensino fundamental. Não com a intenção de legitimar o governo, e sim com a intenção de esclarecer as crianças de que elas podem participar da construção do destino do país, e não apenas de suas próprias vidas. A geração atual de jovens conta com pouco envolvimento político se compararmos com outras épocas. Isso porque a escola os afastou sistematicamente da vida política do país. Plantar conceitos políticos nas férteis mentes de nossas crianças é algo muito interessante e sem dúvida renderá frutos no futuro. Não que a meninada vá sair toda querendo ser candidata a alguma coisa (muitos vão), mas, seja qual for a profissão que escolherem, vão levar por toda vida uma consciência social apurada sabendo que toda profissão tem suas responsabilidades para com a sociedade. Acredito que tal projeto, de educação política, não esteja nos planos de alguns, pois a inteligência de nações subdesenvolvidas não é muito interessante para o sistema capitalista (a mão de obra barata pode ficar cara). Sendo assim, cabe ao povo exigir isso. As mudanças a serem sugeridas e realizadas, daqui para frente, têm que ficar a cargo de uma nova esquerda. Uma esquerda inteligente, inovadora, que não caia no julgamento barato que muitos estão fazendo do que é ser esquerdista hoje em dia. Também não aquela de muitos, que quando chega ao poder diz que virou ?centrista?. Isso não cabe. O tal do ?jogo político? não pode ser justificativa para abandonar antigos ideais.

Diversas outras lutas de cunho revolucionário ainda existem no Brasil. Muitas cabeças pensantes mantêm acesa a chama de uma sociedade mais justa. Muitos jovens estão dispostos a lutar por essa causa. Mas ainda falta um despertar maior. Uma sacudida na parcela acomodada da população, que desperdiça sua vida em frivolidades que nada vão acrescentar para as futuras gerações. É preciso também vencer a máscara demoníaca que os meios de comunicação colocam em quem assume posições mais radicais, pois na luta para revolução através da educação está incluída uma luta contra esses monopólios da mídia que nada fazem pelo país. Apenas se disfarçam de instituições preocupadas com a sociedade para elevar o preço de seu horário publicitário no intervalo da novela. E também para fazer o que bem entenderem com a grana arrecadada com projetos sociais milionários. Uma nova cultura está incluída em um novo conceito de país, e nela não há lugar para o produto barato, perecível, que você espreme até não dar mais lucro e depois se desfaz. Fazer o Brasil melhorar é uma missão muito difícil. Exige boa vontade de muita gente, e isso parece não existir. Mas, aqueles que têm em si um sentimento revolucionário, um sentimento puro, uma consciência de que todo ser humano é capaz de mudar, esses devem procurar suas formas de ajudar, plantar alguma semente, e jamais se iludir de que o mundo é assim mesmo. O mundo pode ser bem melhor.

Vanderlei MUNIZ

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008



O que é Punk?

Por Vanderlei MUNIZ



Os punks são um movimento cultural e ideológico que visa à transformação na sociedade que busca justiça através de sua contra -- cultura que nega todo o lixo cultural que é imposto pela burguesia. Os punks não são uma gangue, muito pelo contrário, os punks são uma irmandade, eles pregam a paz e a solidariedade entre os seres humanos e até os outros animais.( Pois os punks preservam a natureza). Mas e porque se vestem de maneira diferente?É moda?
Não nada do punk é moda, e sim um "modo" de vida. Esse grupo apresenta um conjunto de valores e idéias que, normalmente, se contrapõe à ideologia (?)vigente. Um jovem ao raspar parte do cabelo (moicano) ou pinta-lo de verde ou qualquer outra cor que seja diferente , deseja de alguma forma chocar e agredir os valores sociais que julgam conservadores, ou melhor, "primitivos". É uma forma particular e ao mesmo tempo grupal de protestos. O visual punk(que você deve pensar que é ridículo) é a negação do consumismo e todos os padrões estéticos vigentes, apesar de representar também o caos em que vivemos. A sua simplicidade é uma forma de protesto contra a classe dominante.
Mas apesar de ser o visual uma grande forma que contribui, o punk não se identifica apenas pelo visual e sim por sua postura ideológica e principalmente "suas atitudes". Grande parte são jovens que em sua maioria começaram a sua revolta pela falta de emprego ou oportunidades nesse mundo capitalista (devido é lógico a situação de miséria), mas tarde se tornam rebeldes com causa, é como disse o filósofo Leon Tolstoi: " Primeiro mude a si mesmo para depois querer mudar o mundo". Significa dizer que a revolução primeiramente deve ser psicológica, que dá-se dentro do próprio indivíduo para depois pensar na revolução social.
Mas o punk não vive só de negar o sistema, eles apontam uma opção de luta por uma vida livre. O punk tem mil motivos para se revoltar, por isso revida sem limites. O punk se opõe e odeia todo tipo de poder ou autoritarismo, tudo que oprime a liberdade de se expressar e de pensar do ser humano, por isso eles dedicam a sua vida na luta por uma nova sociedade livre de qualquer preconceito, exploração. E essa sociedade é claro que só pode ser a plenitude de uma sociedade anarquista. O punk é anarquista por essência, é libertário por convicção e não por conveniência, por isso ele anarquiza o cotidiano e cotidianiza o anarquismo. Estão todos juntos pela mesma causa, mas cada um é anarquista da sua forma, do seu jeito, por isso cada um tem seus metodos, na maioria das vezes a "ação direta", mas o que é mais importante é que faça valer o seu lema " do it by yourself"(faça você mesmo), por isso o punk além do altruísmo, significa também "responsabilidade". Uma de suas formas de protesto, de diversão, e de principalmente, divulgar a sua ideologia, é através também da música, "O Hardcore", um som simples e direto, que abordam letras coerentes com temas políticos, envolvendo a "realidade incógnita", é um som incomercializável, a palavra "fama" é estranha à essência do hardcore, pois não tem afinidade alguma em produzir lucro.
"A dança", é o pôgo a qual expelem sua angústia, o seu sentimento, de emoção e repúdio. O punk é um ser humano como outro qualquer, mas com uma vantagem, são mais sensíveis porque vivem a "cruel realidade", não se deixam manipular pelas instituições dos poderosos, por isso, quanto mais sabem a realidade que os outros seres humanos não conseguem enxergar (mesmo na sua frente), mas ele se sente ofendido e a vontade de lutar aumenta, por isso ele é um ser aflito, sua rebeldia não é à toa e sua revolta é crescente, a sociedade está em decadência e tudo o que nos rodeia nos transmite repúdio.
Pois ele ama o seu ódio e o amor, a coragem e o ódio juntos são mais fortes do que a hipocrisia e a ganância, mas o seu coração é muito forte e por isso resistiu até o fim, pois ele faz acontecer!

A VIOLÊNCIA PODE PARTIR DE QUALQUER UM...

Por Vanderlei MUNIZ

Depois dos recentes episódios de explosão violenta ocorridos entre gangues de punks e skinheads na cidade de São Paulo, a imprensa logo tratou de abordar o assunto estabelecendo co-relações musicais entre os envolvidos no assunto e suas supostas “ideologias” vigentes. É claro que deve ter muito pai arrancando os cabelos de preocupação ao descobrir que o filho escuta os mesmos Ramones e Sex Pistols que aqueles homens de cabelo moicano que mataram um sujeito porque ele não quis dar um desconto na pizza. E também sei que os menos esclarecidos podem estar de olhos esbugalhados para aquele cara com a camisa do Cólera ou do Olho Seco no metrô, enxergando nele um assassino em potencial.
Para evitar tamanhas distorções, cabe aqui uma breve explicação.
Surgido na década de 70 e inspirado no retorno aos acordes e melodias básicos dos princípios do rock n’ roll (devidamente temperado com peso e velocidade, é claro) promovido por bandas como Stooges, New York Dolls e Velvet Underground, o punk é um gênero musical cujas letras e manifestações sempre estiveram ligados a dois pilares essenciais. O primeiro deles é o chamado do-it-yourself, a filosofia de que você pode fazer, artisticamente, o que quiser como quiser e a hora que quiser, sem depender de editoras para lançar o seu fanzine ou o seu livro, sem precisar de gravadoras. Era tudo feito na raça, na base do suor e da brodagem, da camaradagem mesmo — e que, na era da internet, do MP3, dos sites pessoais e blogs, dos downloads gratuitos e do iPod, jamais esteve tão moderno e atual. Sobre isso a gente já falou por aqui e ainda deve falar muito nos próximos anos.
O segundo pilar sobre o qual sempre se sustentaram a maior parte das bandas punk é o discurso de protesto — e acredito é que neste ponto é que exista uma boa dose de confusão, especialmente por causa das frases de efeito levantadas, com punhos cerrados e caras de mau, pelos recentes agressores paulistanos. É comum ver os músicos do “movimento” punk expressando seu descontentamento contra o capitalismo selvagem contra a própria indústria musical. Às vezes, a “vítima” pode ser ainda aquela coisa indistinta e amorfa chamada “sistema”, uma massa estranha que ninguém sabe direito definir o que é, nem onde começa ou termina. Mas não quero entrar neste tipo de juízo de valor neste texto, vamos guardar este papo para depois.
O fato é que o punk NUNCA esteve conectado a qualquer incentivo da violência. Anarquia jamais foi sinônimo de bagunça – -anarquia é um conceito surgido na Grécia antiga, o “não-governo”, uma proposta de organização do povo e para o povo, sem a presença de figuras de poder ou hierarquias patriarcais. Não quero me alongar em uma espécie de aula de política ou sociologia para não resvalar para o enfadonho, mas é preciso deixar claro que anarquia nunca foi uma bandeira obrigatória para guerreiros. Cada um faz e entende a revolução do jeito que quer. O russo Mikhail Bakunin (1814-1876) acreditava na anarquia das barricadas, dos punhos e das bombas, da revolução por meio da destruição. Mas nomes como Leon Tolstoi (1828-1910) e mesmo o indiano Mahatma Gandhi (1869-1948) botavam fé na revolução individual, que acontece dentro de cada um e no dia-a-dia, na anarquia pacifista, na mudança através do amor e da educação. E aí? Quem você prefere seguir?
Dizer que estas pessoas, estes punks em batalhas campais contra os skinheads do outro lado da montanha, manifestam um comportamento violento por conta da música que ouvem é o mesmo que afirmar que o jogo de RPG forma psicopatas latentes ou games de tiro podem transformar qualquer adolescente em um homicida da noite para o dia. É muita inocência e maniqueísmo acreditar que as coisas se desdobrem sob uma ótica tão simplista e fora de contexto. Este tipo de influência depende da personalidade de cada um, de sua criação em família e no grupo de amigos, de sua forma de ver a realidade e de mais uma série de fatores que qualquer bom psicólogo pode explicar com muito mais fundamento.
Existem pagodeiros assassinos, funkeiros assassinos, jogadores de RPG assassinos, jogadores de futebol assassinos, punks assassinos, yuppies assassinos, nerds assassinos, geeks assassinos, executivos assassinos, patricinhas assassinas. Em resumo: as pessoas podem matar, independentemente do que elas ouvem, assistem, vestem ou bradam aos quatro ventos, ou mesmo dos rótulos que a sociedade insiste em colocar-lhes.
A idéia do punk (e de outros gêneros socialmente engajados, como o rap) sempre foi ajudar a abrir os olhos dos seus ouvintes para o que está acontecendo no mundo, por mais que isso tivesse que ser feito sem quaisquer papas na língua. Fazer com que as pessoas formem suas próprias opiniões, que questionem, que não aceitem simplesmente o que lhes enfiado goela abaixo. Faça a sua revolução das idéias, dos argumentos, mude a sua vida e o seu espírito. Mas, repetindo a frase anteriormente listada: cada um faz e entende a revolução do jeito que quer. Infelizmente, tem gente que não entende estas coisas muito bem. Punks ou não.

O MOVIMENTO PUNK


“PUNK NOT DEAD”


Para Shakespeare, punk significava prostituta. Mais tarde, no inglês culto, virou sinônimo de miserável. E hoje, o que é punk?


Por Vanderlei MUNIZ

Nos anos entre 1983 a 1994 curti o movimento Punk no seu auge aquí no Brsil, mas precisamente em Guarulhos, a história do movimento punk é tão contraditória quanto seus ideais e pontos de vista dentro do próprio movimento.
A versão mais aceita e conhecida é de que o movimento nasceu na Inglaterra em meados dos anos 60, no auge de uma das maiores crises econômicas que a Europa e principalmente a Inglaterra (acostumada a ser o pólo comercial da Europa) já havia enfrentado. Com as demissões em massa, a revolução industrial começava a mostrar seu lado frio e impiedoso. A selvageria do capitalismo era finalmente conhecida.
Os funcionários demitidos, sem nenhuma perspectiva de arrumar outro emprego, acharam uma forma de protesto “silenciosa” contra a industrialização (silenciosa, claro, até começar o movimento musical punk). Eles não concordavam com o ideal hippie; sua “luta” era contra a selvageria do sistema em que estavam. Suas roupas eram rasgadas pelo constante uso e seu visual tinha a intenção de chocar a conservadora sociedade inglesa da época. O protesto silencioso e sues adeptos foram apelidados, pelos jornalistas britânicos, de punk. Eram “os miseráveis contra a industrialização burguesa”.


Ramones

Quase simultaneamente, do outro lado do Atlântico, o movimento punk chegava ao continente americano, no início dos anos 70. Nos Estados Unidos, nas cidades mais caóticas (Nova York, Chicago, Detroit...), o movimento punk nascia, mas não sob o mesmo contexto de sua contraparte inglesa. A sociedade americana era, e ainda é, tão conservadora quanto à inglesa, da qual descende, mas seus motivos eram outros. Os punks americanos lutavam pela liberdade de expressão (que nunca existiu realmente no país), pela paz e pelo fim do racismo, dentre outras bandeiras próprias.
Graças ao regime militar, o movimento punk no Brasil é tardio. Só aparece por volta dos anos 80, já no fim da ditadura. Aqui, o fenômeno teve um outro rumo; se tornou mais uma das vozes contra o governo, há 24 anos no poder. Algumas coisas se mantinham do punk estadunidense, como a luta pela paz e pela liberdade de expressão.
Todos os três movimentos que, apesar de receberem mesmo nome, tinham “ideais” diferentes, partiam do mesmo princípio: o Anarquismo. Apesar do que se conhece como anarquia, o anarquismo prega uma estrutura social sem representantes, ou seja, sem governo ou autoridade. Promove a paz e a responsabilidade mútua. Todos os cidadãos são responsáveis pelos seus atos e o crescimento do “estado”, país. O anarquismo ganhou os sentidos de desordem, confusão, desmoralização, quando se tentou imaginar esta estrutura social em vigor, levando em consideração a sociedade já viciada em sua ambição e egoísmo. Estes conceitos ganharam ainda mais força quando os punks começaram a fazer uma espécie de distribuição de renda forçada. Era comum punks assaltarem pessoas e lojas para se manterem.

Sex Pistols

Hoje, o movimento tem outra atuação na sociedade. Um pouco mais aceito pela sociedade, o punk banalizou-se. Perdeu força, não é mais aquela voz estúpida e chocante com alguma influência. Hoje, poucos dos que se dizem punks sabem o que é anarquismo ou como interpretar a teoria anarquista. A música punk não tem mais a crítica social e as que têm, acabam caindo na banalidade, na mesmice, na falta de originalidade."Punk Not Dead". Isto é um fato, o movimento punk nunca vai morrer. É o auge da rebeldia adolescente. O movimento punk, romantizado por seus ideais igualitários, atende a todos os anseios da juventude até mesmo nas contradições, comuns tanto nos jovens quanto nos ideais punks. Mas onde este movimento vai parar? Pelo que vai lutar? Cairá na banalidade?


sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

TEXTES

Estas medidas se tornaram necessárias para manter o bom nível do site que notabilizou-se pelos comentários inteligentes e bem humorados de seus freqüentadores e amigos. Por favor, não vamos mudar isso.
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14 de Setembro de 2007