quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

A luta continua sempre !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista ! Os proletários nada tem a perder a não ser suas algemas. Têm um mundo a ganhar. Proletários de todo o mundo: uni-vos”.
Karl Marx




Na década de 60, essa era a idéia de revolução na cabeça dos revolucionários (que não eram poucos). Era compreensível que esse pensamento incentivasse tanto os jovens da época, afinal de contas em Cuba tinha acabado de ocorrer uma revolução exatamente desta forma, com a derrubada do poder, o sonho era realizável. Outro fator de grande incentivo era o atrito com o exército, que reforçava a necessidade de luta armada na cabeça da galera. Hoje a situação é outra. Sem dúvida a democracia é bem mais interessante do que a ditadura. Atualmente já está claro que uma revolução armada não é viável em um país de dimensões continentais como o Brasil. E nem seria válida, no meu ponto de vista, afinal de contas, se existe uma lição que a humanidade já aprendeu é a de que ?violência só gera violência?. Isso não significa que as idéias de mudanças devam ser abandonadas, nem que devemos esperar a democracia ir se acertando aos poucos; afinal de contas, em um país com a educação do Brasil, podem se passar anos de eleições que muitos cargos políticos serão sempre ocupados por sujeitos pró-capitalismo. Sendo assim, o que resta é começar a planejar uma nova consciência nas novas gerações. A princípio, acho fundamental uma educação política nas escolas desde o ensino fundamental. Não com a intenção de legitimar o governo, e sim com a intenção de esclarecer as crianças de que elas podem participar da construção do destino do país, e não apenas de suas próprias vidas. A geração atual de jovens conta com pouco envolvimento político se compararmos com outras épocas. Isso porque a escola os afastou sistematicamente da vida política do país. Plantar conceitos políticos nas férteis mentes de nossas crianças é algo muito interessante e sem dúvida renderá frutos no futuro. Não que a meninada vá sair toda querendo ser candidata a alguma coisa (muitos vão), mas, seja qual for a profissão que escolherem, vão levar por toda vida uma consciência social apurada sabendo que toda profissão tem suas responsabilidades para com a sociedade. Acredito que tal projeto, de educação política, não esteja nos planos de alguns, pois a inteligência de nações subdesenvolvidas não é muito interessante para o sistema capitalista (a mão de obra barata pode ficar cara). Sendo assim, cabe ao povo exigir isso. As mudanças a serem sugeridas e realizadas, daqui para frente, têm que ficar a cargo de uma nova esquerda. Uma esquerda inteligente, inovadora, que não caia no julgamento barato que muitos estão fazendo do que é ser esquerdista hoje em dia. Também não aquela de muitos, que quando chega ao poder diz que virou ?centrista?. Isso não cabe. O tal do ?jogo político? não pode ser justificativa para abandonar antigos ideais.

Diversas outras lutas de cunho revolucionário ainda existem no Brasil. Muitas cabeças pensantes mantêm acesa a chama de uma sociedade mais justa. Muitos jovens estão dispostos a lutar por essa causa. Mas ainda falta um despertar maior. Uma sacudida na parcela acomodada da população, que desperdiça sua vida em frivolidades que nada vão acrescentar para as futuras gerações. É preciso também vencer a máscara demoníaca que os meios de comunicação colocam em quem assume posições mais radicais, pois na luta para revolução através da educação está incluída uma luta contra esses monopólios da mídia que nada fazem pelo país. Apenas se disfarçam de instituições preocupadas com a sociedade para elevar o preço de seu horário publicitário no intervalo da novela. E também para fazer o que bem entenderem com a grana arrecadada com projetos sociais milionários. Uma nova cultura está incluída em um novo conceito de país, e nela não há lugar para o produto barato, perecível, que você espreme até não dar mais lucro e depois se desfaz. Fazer o Brasil melhorar é uma missão muito difícil. Exige boa vontade de muita gente, e isso parece não existir. Mas, aqueles que têm em si um sentimento revolucionário, um sentimento puro, uma consciência de que todo ser humano é capaz de mudar, esses devem procurar suas formas de ajudar, plantar alguma semente, e jamais se iludir de que o mundo é assim mesmo. O mundo pode ser bem melhor.

Vanderlei MUNIZ